Transponho para aqui parte de poema de Konstantínos Kaváfis (Alexandria 29/04/1863 – Alexandria 29/04/1933) que nos faz compreender que não é a meta que conta, mas a viagem que temos que fazer para lá chegar:
ÍTACA
Quando partires de regresso a Ítaca,
deves orar por uma viagem longa,
plena de aventuras e de experiências.
…
Terás sempre Ítaca no teu espírito,
que lá chegar é o teu destino último.
Mas não te apresses nunca na viagem.
É melhor que ela dure muitos anos,
que sejas velho já ao ancorar na ilha,
rico do que foi teu pelo caminho,
e sem esperar que Ítaca te dê riquezas.
Ítaca deu-te essa viagem esplêndida.
Sem Ítaca, não terias partido.
Mas Ítaca não tem mais nada para dar-te.
Por pobre que a descubras, Ítaca não te traiu.
Sábio como és agora, senhor de tanta experiência,
terás compreendido o sentido de Ítaca.
(Tradução Jorge de Sena)
Para quem pretender ler o poema pode acerder a https://dasculturas.com/2018/05/06/itaca-konstantinos-kavafis-traducao-de-jorge-de-sena/